terça-feira, 9 de março de 2010

Póstuma

Por mais que o tempo passa, ainda te tenho comigo, minha amada.
Tu és quem despede meu medo, e me dá comodidade, até vontade de viver.
Se estivesses aqui, sei o como me queria ver feliz, e é por isso que assim tento ficar.
Apenas tuas memórias me deixam feliz.
Sinto-me como uma embalagem.
Demonstro felicidade em meu dia-a-dia, mas sem tu, ela não existe.
Quando lembro de teu sorriso entrando pela porta do quarto, o mesmo que era invadido por aquele cheiro alucinador que tu emitias, meu coração se dilacera entre batidas.
Lágrimas, todas são inevitáveis. Nunca tu iria me querer ver como estou. Sofrendo pela tua falta.
Quando nos encontraremos de novo?
Existe uma outra vida desse lado, amor?
Não sabe o quanto anseio por chegar aí e lhe ter em meu colo novamente.
Beijar-te os lábios. Estes tão lindos e sinceros.
Não sabes quantas vezes me vi morto, para antecipar nosso reencontro.
Porque tu se foste?
Era tão jovem e tão bela.
Cada dia que passa, é um dia a menos que falta.
Mas, quantos faltam?
Seria uma morte digna, morrer por amor.
Morrer não significaria fim, e sim, começo.
Sei que estás aqui comigo, agora.
Posso sentir-te, mas não abraçar-te.
Leve-me contigo.

***

O terror pode ser muito mais do que espíritos ou monstros.
O terror pode estar na mente.
Talvez o pior, seja a saudade.

narduci, renato ferreira